sábado, 15 de novembro de 2025

Correios avaliam demissão de até 10 mil funcionários em novo plano de reestruturação

 

Os Correios estudam a demissão de cerca de 10 mil funcionários como parte do plano de reestruturação atualmente em curso. O número representa 8,6% do quadro total da estatal e deve ser alcançado por meio de um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV). A quantidade final de desligamentos ainda está em análise e pode ser ainda maior, segundo fontes internas da companhia.

A medida integra um pacote de ações voltadas para redução de despesas, considerado fundamental para que a empresa obtenha crédito de R$ 20 bilhões junto a instituições financeiras, com garantia do Tesouro Nacional. O objetivo é reforçar a confiança dos bancos e da União sobre a capacidade de recuperação da estatal.

O planejamento foi apresentado ao Tribunal de Contas da União (TCU) na quarta-feira (14). A partir de agora, as unidades técnicas do órgão devem acompanhar de perto a execução das medidas e o processo de captação do empréstimo, incluindo a participação de bancos públicos, caso seja necessária.

No dia 15 de outubro, a empresa já havia detalhado que a primeira fase do processo de reestruturação operacional e financeira está dividida em três frentes principais:

  • Corte de despesas operacionais e administrativas;

  • Diversificação de receitas, com foco na retomada da capacidade de geração de caixa;

  • Recuperação da liquidez, visando garantir competitividade e assegurar estabilidade na relação da estatal com funcionários, clientes e fornecedores.

Enquanto a direção trabalha para ajustar as contas, sindicatos e federações que representam empregados dos Correios intensificaram a pressão por reajustes salariais e melhorias trabalhistas. Em 14 de outubro, líderes das categorias se reuniram com o presidente da empresa, Emmanoel Rondon.

Na ocasião, José Aparecido Gandara, presidente da Federação Interestadual dos Empregados dos Correios (Findect), destacou a defasagem no quadro de pessoal. “Estamos sem contratação desde o último concurso de 2011, quando tínhamos 128 mil trabalhadores. Hoje contamos com apenas 86 mil. Também falamos com o presidente que é preciso corrigir o plano de cargos e salários”, afirmou.

O cenário revela um momento de forte pressão interna e externa sobre os Correios, que buscam equilibrar as contas e recuperar competitividade sem perder de vista as reivindicações de seus trabalhadores.

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