O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) recebeu alta do hospital Sírio-Libanês após ser agredido no debate da TV Cultura neste domingo (15) e disse que irá pedir o indeferimento da candidatura de José Luiz Datena (PSDB), que lhe deu uma cadeirada.
A equipe de Marçal afirmou que ele irá ao IML (Instituto Médico Legal) em seguida. O instituto realiza exames de corpo de delito.
Após a alta, o candidato do PRTB ironizou o adversário do PSDB. “Foi só um esbarrão, né, Datena”, disse. “Estou com o sexto arco costal com uma leve fissura”.
Em nota, o Hospital Sírio-Libanês afirmou que Marçal teve traumatismo na região do tórax à direita e no punho direito, “sem maiores complicações associadas”.
Ao sair do hospital, com o braço direito em uma tipoia e uma tala no dedo, o candidato do PRTB atacou a imprensa e os demais candidatos que, segundo ele, não o apoiaram.
“Aos brasileiros que comemoraram [a agressão] e disseram que eu mereci, realmente, têm merecido os governantes que a gente tem”, disse. “Quero dar os parabéns para a maior parte da imprensa que está passando pano. O descontrole emocional foi dele, ele já começou o debate dizendo que tinha vontade de me bater”, continuou.
Do hospital, ele seguiu para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito. Seu advogado, Tassio Renan, esteve no 78º distrito policial para registrar boletim de ocorrência por lesão corporal e injuria contra Datena.
Marçal confirmou presença no próximo debate, marcado para esta terça-feira na RedeTV.
Durante sua estadia no Sírio-Libanês, ele apareceu em vídeo postado em suas redes sociais usando uma pulseira verde.
A cor do acessório indica que seu caso foi considerado de baixo risco.
O verde é usado para identificar paciente com baixo risco de morte e pouca urgência de atendimento, segundo o protocolo de Manchester.
O critério é universal e usado para indicar a classificação de risco em atendimentos de urgência.
Marçal passou a noite no hospital com, segundo assessores, dores na região torácica, dificuldade para respirar e lesão nos dedos atingidos pela cadeirada.
Em nota divulgada na manhã desta segunda-feira (16), Datena descartou a possibilidade de desistir da corrida pela prefeitura de São Paulo (SP).
Ele afirmou que, até o domingo, não defendia o uso da violência como forma de resolver conflitos, mas que, diante da postura de Marçal, não sente remorso pela agressão.
“Errei, mas de forma alguma me arrependo”, declarou. “Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário.”
A agressão ocorreu quando Marçal questionou Datena sobre uma denúncia de assédio sexual feita por uma ex-funcionária da Band.
O caso citado por Marçal ocorreu em 2019, quando Bruna Drews, então repórter do programa Brasil Urgente, apresentado por Datena na Band, disse ter sido assediada pelo tucano. A jornalista afirmou, na época, que o apresentador frequentemente fazia comentários sobre seu corpo, em tom sexual.
Após a repercussão do caso, ela se retratou e protocolou uma declaração em cartório em que afirma ter mentido. Dias depois, afirmou nas redes ter sido induzida a se retratar.
Mariana Zylberkan/Folhapress
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