O Ministério da Saúde vai oferecer dois novos remédios (a alfaepoetina e a hidroxiureia) por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar a doença falciforme, uma condição hereditária que é muito comum entre pessoas negras, especialmente em mulheres.
A alfaepoetina é indicada para pacientes com declínio da função renal e agravamento da anemia. Já a hidroxiureia, na dose de 100 mg, é recomendada para pacientes com pelo menos 9 meses de idade. A ampliação para a dose de 500 mg é destinada a pacientes entre 9 e 24 meses sem sintomas ou complicações. Os medicamentos estarão disponíveis no SUS em até 180 dias após sua incorporação.
Essa enfermidade genética é a mais prevalente tanto no Brasil quanto globalmente, com um grande número de casos e mortes entre pessoas pardas e pretas.
A condição afeta os glóbulos vermelhos. O diagnóstico é feito na gravidez e no teste do pezinho. Exames de sangue também podem detectar o quadro a qualquer momento.
Os principais sintomas incluem crises dolorosas de dor que podem durar dias ou semanas, maior risco de infecções graves e anemia, que causa cansaço e falta de ar. Outros episódios possíveis são crescimento retardado, AVCs e problemas pulmonares.
Entre 2014 e 2020, a incidência de nascimentos com doença falciforme no Brasil foi de 3,75 a cada 10 mil nascidos vivos. A taxa de mortalidade pela doença é de aproximadamente 1,12 por 100 mil habitantes.
Entre 2015 e 2019, a maioria dos óbitos por doença falciforme ocorreu entre pessoas pardas ou negras (78,6%), sendo 52,2% mulheres.
Em 2023, de acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, 14.620 pacientes estavam recebendo tratamento para a doença nas Farmácias do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf) do SUS. (G1)
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