quarta-feira, 9 de junho de 2021

“Lindas Rosas Negras” estreia 17 de junho no Youtube

 

Por Nancy Macedo

O monologo escrito, dirigido e encenado por Jorge Batista será exibido às 19 horas, no canal do Grupo Vozes encena Interior

O monologo “Lindas rosas negras” do dramaturgo, Jorge Batista, exalta a ancestralidade feminina africana, através da narrativa do bisneto de uma matriarca em solo brasileiro.

A ideia é que a representatividade feminina seja lembrada como parte importante na construção do Brasil de hoje, destacando na narração a trajetória de vida dessas personagens muitas vezes esquecidas na história.

A apresentação valoriza a arte da representação do teatro e utiliza a linguagem audiovisual com foco na integração do fazer artístico nesse período pandêmico.

Destaca também que essa prática de arte na região cacaueira sempre foi realizada por representantes afrodescendentes da cidade de Itabuna e região com alcance estadual e nacional.

No espetáculo, o bisneto faz uma reverência às matriarcas da história da sua vida produzindo no público a reflexão sobre o existir e o perceber-se no mundo contemporâneo. Priorizando o lugar do Saber Ancestral, revela que o corpo negro deve ser um território sempre livre, mesmo tendo sido marcado pela crueldade da submissão do passado e ainda perseguido pela violência do racismo presente na sociedade contemporânea.

O “Lindas Rosas negras” exalta o papel da mulher na terra do cacau e sua construção de guerreira, batalhadora e sobrevivente das violências diárias de gênero. Utiliza para isso a tradição da oralidade africana e os ditos populares que marcam épocas.

A encenação utiliza assim o canto, a dança e a narrativa griô na condução das três histórias. O espetáculo guia o público para a sensibilidade e o humor presente do cotidiano do povo negro.

Vale salientar que a opção por um monólogo audiovisual tem o intuito de democratizar o acesso do espectador, principalmente as matriarcas que nesse momento de pandemia e por serem grupo de riscos estão cumprindo o isolamento social. O uso da plataforma digital também permite que o custo e acesso sejam possíveis a todos.

O projeto é financiado pelo Governo Federal com recursos da Lei Aldir Blanc, através da Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo, com o apoio da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania-Ficc.

O ator e diretor grapiúna Jorge Batista tem sido um ativista incansável do tema da negritude, que na atual conjuntura local e nacional é bastante pertinente. Possibilitar que ele possa ser o autor e o personagem do monologo é também um reconhecimento do seu talento e da sua contribuição com o teatro de Itabuna, onde já atuou, dirigiu e desenvolveu projetos de sucesso.

Feliz com o resultado do trabalho, Jorge lembra que “o espetáculo faz referência a mulheres dos nossos antepassados, pois só chegamos onde chegamos por conta dessas mulheres”.

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