sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Bahia registra quase 3 mil falhas na assistência à saúde de crianças em 2025, aponta levantamento

 

Crédito: © iStock

A Bahia registrou 2.859 falhas na assistência à saúde envolvendo crianças de 0 a 11 anos entre 1º de janeiro e 14 de dezembro de 2025. Os dados constam em levantamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), compilados e divulgados pela Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP), e acendem um alerta sobre a segurança dos pacientes mais vulneráveis.

No mesmo período, foram notificados em todo o Brasil 459.746 eventos adversos e falhas na assistência à saúde em serviços públicos e privados. Desse total, 47.853 ocorrências envolveram crianças de 0 a 11 anos. Em comparação, no ano passado, o país havia registrado 43.944 eventos adversos nessa mesma faixa etária, indicando crescimento dos casos.

Na Bahia, as notificações se distribuíram entre diferentes idades: 837 casos em crianças de 29 dias a 1 ano, 987 entre 2 e 4 anos, 424 entre 5 e 11 anos e 611 em outras classificações dentro da faixa etária analisada. Para a SOBRASP, os números revelam um cenário preocupante e reforçam a necessidade de melhorias urgentes nos protocolos de cuidado infantil.

Segundo a entidade, nos hospitais, os principais eventos adversos envolvendo crianças estão relacionados a falhas na comunicação entre profissionais de saúde e familiares, além da baixa participação do paciente no próprio cuidado. Essas situações têm provocado danos evitáveis, como lesões por pressão, quedas e administração incorreta de medicamentos.

A pediatra Priscila Amaral, membro da SOBRASP, destaca que a participação ativa de pacientes e familiares é fundamental para a segurança na assistência. “O paciente e seus familiares, especialmente quando se trata de crianças e adolescentes, precisam conhecer todo o plano de diagnóstico e tratamento, fornecer informações sobre histórico de doenças e alergias, identificar mudanças não planejadas no cuidado e questionar as condutas adotadas”, alertou.

A SOBRASP reforça que a integração entre equipes de saúde, pacientes e familiares é um passo essencial para reduzir falhas, prevenir danos e garantir um atendimento mais seguro e humanizado às crianças. (BN)

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