
Antes mesmo do início do Carnaval, o aumento de casos de mononucleose, popularmente conhecida como “doença do beijo”, já preocupa os especialistas em Salvador. A infectologista Clarissa Cerqueira revelou que, nos primeiros meses de 2025, os casos de mononucleose, causada pelo vírus Epstein-Barr, aumentaram significativamente na capital baiana.
“Normalmente, não internamos pacientes com mononucleose, então os casos estão chamando a atenção dos médicos antes do Carnaval. Geralmente, vemos esse aumento depois da festa”, explicou Cerqueira ao jornal Correio.
A doença se manifesta, principalmente, em adolescentes, mas também há registros em pessoas na faixa dos 40 anos. A médica informou que, enquanto normalmente diagnostica um caso a cada seis meses, em 2025 já foram identificados quatro casos logo no início do ano.
“Os pacientes apresentam febre persistente, dor no corpo e na garganta, além de aumento dos linfonodos (gânglios)”, detalhou a infectologista.
A principal forma de transmissão é através da saliva, o que popularizou o nome “doença do beijo”. O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos e de sangue.
“A mononucleose é transmitida por gotículas e saliva, sendo uma doença difícil de prevenir. O ideal é evitar compartilhar objetos e beijar pessoas contaminadas”, alerta Cerqueira.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 90% da população adulta já foi infectada pelo vírus Epstein-Barr. Não há tratamento específico para a doença, mas o organismo fica afetado por cerca de duas semanas, durante as quais medicamentos podem ser usados para aliviar os sintomas.
“O tratamento é de suporte, ou seja, trata-se dos sintomas e orienta-se o paciente, pois a doença geralmente não causa complicações”, conclui a especialista.
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) informou que não possui dados sobre os casos de mononucleose, pois a doença não é de notificação compulsória.
BNews
Nenhum comentário:
Postar um comentário