As chuvas que atingem o sudoeste baiano têm proporcionado um aumento do nível da bacia hidrográfica do Rio das Contas, e consequentemente o volume das barragens da região, mantendo em estado de atenção a população e autoridades de várias cidades, sobretudo aquelas à jusante da Barragem da Pedra, cujo volume útil do reservatório já ultrapassou a cota de 62 %.
A possibilidade de ocorrência de enchentes não está descartada. Diante disso a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), responsável pela barragem, fez um alerta sobre a importância de se evitar fortemente a ocupação de áreas situadas nas planícies de inundação.
Até a próxima segunda-feira, 13, a vazão defluente do reservatório deve chegar a 700 metros cúbicos por segundo, ou seja, 700 mil litros de água serão liberados a cada segundo. O aumento da vazão para controlar o nível da água no reservatório se dará com a abertura de quatro comportas da barragem. A defluência nesta sexta-feira, 10, chegou a sexta-feira 380 metros cúbicos por segundo. Sábado, 11, e domingo, 12, atingirá, respectivamente, a 550 e 650m³/s.
A Bacia do Rio de Contas possui tempo de resposta muito rápido às ocorrências de chuvas, com consequente elevação de vazões que podem vir a ocasionar a formação de cheias repentinas e de pico elevado. Acima da barragem, o Rio das Contas tem como principais afluentes o Rio Brumado, o Rio do Antônio e o Rio Gavião.
A enchente de 64
Muitas enchentes já foram verificadas no Rio das Contas, sendo as mais marcantes verificadas em 1914 e 1964. “ A enchente de 14” como ficou na memória popular, causou grande estrago em Jequié e outras localidades ribeirinhas, enquanto a de 64 que aconteceu após um seca prolongada, deixou a cidade de Ipiaú ilhada e parcialmente inundada. O Rio Água Branca também se avolumou. Todos os riachos transbordaram, pontes ficaram submersas, barrancos desmoronaram, casebres inteiros foram arrastados pela correnteza. Economias e sonhos indo água abaixo, inúmeras famílias desabrigadas. Calamidade pública.
O então prefeito Euclides Neto, conseguiu verba federal e desapropriou uma fazenda nos arredores da cidade, começando a construir inúmeras casas para alojar os desabrigados pela cheia, dando origem ao Bairro da Democracia. *GIRO/José Américo Castro
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