quinta-feira, 5 de julho de 2018

Geddel Vieira Lima é absolvido da acusação de obstrução de Justiça

Foto: Dida Sampaio / Estadao Conteúdo
Por falta de provas, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) foi absolvido da acusação de obstrução de Justiça, ou seja, de tentar atrapalhar investigações sobre desvios no fundo de investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). A decisão foi expedida nesta quarta-feira (4) pelo juiz Vallisney Souza.  
O emedebista baiano Geddel virou réu em agosto de 2017 após acusação do Ministério Público Federal. Em julho do ano passado, Geddel chegou a ser preso, por decisão de Vallisney de Souza, em razão das suspeitas de que atrapalhava o andamento das investigações da Operação Cui Bono. 
Na investigação do Ministério Público, diante das negociações do operador financeiro Lucio Funaro para fechar acordo de delação premiada, Geddel passou a atuar para atrapalhar as negociações. Geddel foi acusado de realizar contatos telefônicos com a esposa de Lúcio Funaro, Raquel Albejante Pita, na intenção de ameaçá-la.
Ao analisar a acusação, o juiz de Brasília escreveu: "Não há prova de que os telefonemas tenham consistido em monitoramento de organização criminosa, tampouco de que ao mandar um abraço para Funaro, nos telefonemas dados a Raquel, o acusado Geddel, de maneira furtiva, indireta ou subliminar, mandava-lhe recados para atender ou obedecer à organização criminosa".
Ainda de acordo com a decisão do magistrado, algumas testemunhas foram ouvidas, entre as quais Lúcio Funaro, a mulher do operador, a irmã dele, Roberta Funaro, e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. A acusação de embaraço à investigação, chamada de obstrução de Justiça, exige que o réu "pratique atos consistentes". 
Em seu entendimento diante da abertura da ação penal, fortes indícios mostraram a tentiva de Geddel de atrapalhar a apuração, mas, depois de ouvir testemunhas, o magistrado considerou que Geddel "não incorreu no crime". "Os indícios de que Lúcio Funaro estaria sofrendo um constrangimento velado por parte do denunciado, por intermédio de ligações efetuadas pelo último à sua esposa Raquel, não restaram comprovados após os depoimentos judiciais prestados em Juízo. Tampouco há prova de que as investigações foram abaladas ou prejudicadas pelo contato de Geddel com a esposa do réu Lúcio", afirmou o juiz.

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