quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Mesmo afastado, Cunha continua personagem central do impeachment


Ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Mesmo afastado do mandato de deputado federal, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) continua um personagem central no processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Nesta terça-feira, 30, o jurista Miguel Reale Jr. usou a tribuna do Senado para rebater a tese de que o peemedebista agiu por vingança ao aceitar o pedido de impeachment. Em seu depoimento na véspera, a petista voltou a afirmar que Cunha deflagrou o processo, em dezembro do ano passado, porque ela não aceitou colocar um freio nas investigações da Operação Lava Jato e porque o PT não quis votar contra prosseguimento do pedido de cassação do peemedebista. “Eu saí chocado do discurso da presidente Dilma. A impressão que tive é de que a presidente está de costas para a Nação. Ela atribuiu este processo a uma trama urdida por Eduardo Cunha, sem se aperceber que este processo nasceu das ruas”, disse Reale Jr. O jurista é um dos autores do pedido de impeachment e dividiu com a advogada Janaína Paschoal o último período que a acusação teve ontem para expor os seus argumentos pró-afastamento. O terceiro autor, o ex-petista Hélio Bicudo, não compareceu à sessão por questões de saúde. O ex-ministro José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma no processo, também voltou ao tema em seu discurso na tribuna do Senado. Ele lembrou que a petista não apoiou a eleição de Cunha para a presidência da Câmara e acusou o peemedebista de trabalhar para desestabilizar o governo. Segundo ele, o peemedebista enviou diversos recados ao Palácio do Planalto. “Um dos recados era: “Parem com a Lava Jato. Demita o seu ministro da Justiça e o seu diretor-geral da Polícia Federal, porque, senão, esse governo será desestabilizado”, disse. O “ultimato” dado por Cunha, segundo Cardozo, teria sido: “Se não houver votos do PT para arquivarem o meu processo, eu abro o impeachment”. A própria Dilma, ao comparecer pessoalmente ao Senado, citou Cunha, o que levou o ex-presidente da Câmara a divulgar uma nota anteontem dizendo que a presidente afastada “segue mentindo contumazmente”. Cunha afirmou ainda que Dilma “esquece” que a acusação de que houve desvio de poder na abertura do processo já foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que “reafirmou a lisura” de seu ato. Leia mais no Estadão.
Estadão

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