quinta-feira, 30 de junho de 2016

PF deflagra operação Tabela Periódica que apura cartel na Bahia e Goiás

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (30), a operação “Tabela Periódica” para apurar cartel, fraude em licitações, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro em obras da ferrovia Norte-Sul. A operação cumpre de 44 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução coercitiva na Bahia, Goiás e mais 6 unidades da federação.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a operação, que é um desdobramento das investigações da Operação Lava Jato e nova etapa da Operação “O Recebedor”, decorre de acordo de leniência que a Camargo Corrêa fechou com o CADE, com a interveniência e a anuência do MPF/GO.

As diligências que estão sendo realizadas nesta quinta-feira têm por objetivo recolher provas adicionais do envolvimento de empreiteiras e de seus executivos na prática de cartel, fraude em licitações e pagamentos de propina a ex-diretores da Valec, relacionados aos contratos de construção das ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste, revelados pela Camargo Corrêa.

Há indícios iniciais de que também possam ter sido afetados pela conduta as concorrências de obras da Ferrovia Norte-Sul: trechos entre Tocantins e Goiás, entre Ouro Verde (GO) e Estrela do Oeste (SP) e Ferrovia de Integração Oeste-Leste: trecho Ilhéus e Barreiras, na Bahia.  

Suspeita-se que a conduta pode ter se iniciado no ano de 2000, tendo durado até 2010, e durante este período chegou a envolver pelo menos 37 empresas, sendo dezesseis participantes efetivas e vinte e uma possíveis participantes.

O batismo da operação é uma referência ao nome que alguns dos próprios investigados deram a uma planilha de controle em que desenhavam o mapa do cartel (e cuja aparência lembrava a Tabela Periódica), contendo dados como a relação das licitações, a divisão combinada dos lotes, os números dos contratos, os nomes das empreiteiras ou consórcios que seriam contemplados, valores dos orçamentos da VALEC, preços combinados, propostas de cobertura apresentadas apenas para dar aparência de competição e simulação de descontos a serem concedidos.
Um procurador da República, cerca de 200 policiais federais, 26 peritos criminais federais e 52 agentes do CADE participam da operação.

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