Uma pesquisa realizada pelo Instituto
Dataqualy, encomendada pelo Movimento Empresarial do Sul da Bahia
(Mesb), aponta que 86,3% dos entrevistados em Itabuna são a favor de que
a prefeitura faça uma parceria com o governo do Estado e a iniciativa
privada para realizar investimentos para resolver o problema de água e
esgoto sem aumentar a conta do cidadão.
O levantamento apontou que oito em cada
dez famílias itabunenses não têm abastecimento de água regular, sendo
que mais de 60% da população só recebe água em três dias na semana,
situação que se agrava ainda mais nos períodos de estiagem. Além do
problema crônico no abastecimento, a consulta evidência a grave situação
dos serviços municipais de esgotamento sanitário, que são essenciais à
saúde e qualidade de vida da população.
O principal entrave para solucionar o
problema do saneamento básico de Itabuna é a incapacidade atual de
investimentos tanto por parte do Executivo Municipal, quanto Estadual e
Federal. Só para resolver a questão da falta de água e do esgotamento
sanitário no município, são necessários investimentos da ordem de R$ 350
milhões, conforme a prefeitura.
Na próxima sexta-feira (4), será
realizada a Conferência Municipal de Saneamento Básico (CMSB) de
Itabuna. O encontro concluirá o processo de discussão do Plano Municipal
de Saneamento, depois da realização de audiências públicas com os
segmentos da sociedade civil. Para tentar resolver o problema, o
prefeito de Itabuna, Claudevane Leite (PRB), discute a possibilidade de
entregar a Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa) à iniciativa
privada, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP).
Para o presidente do Mesb, Élio
Nascimento, os itabunenses não suportam mais assistir à morte do Rio
Cachoeira, que virou um esgoto a céu aberto, nem o sofrimento por causa
da frequente falta de água na cidade. O representante do setor produtivo
destaca que o município, o estado e o governo federal estão sem
capacidade financeira para os investimentos necessários à solução dos
problemas de saneamento de Itabuna. “A questão precisa ser enfrentada
pela prefeitura e o interesse público da grande maioria deve prevalecer
sobre o corporativismo de alguns”, defendeu Nascimento. De acordo com
dirigente, a pesquisa mostra que a população quer uma solução “que não
meta a mão em seu bolso”.
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