sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Ibama analisa explicações da INB sobre contaminação de urânio


INB foi imediatamente notificada pelo Ibama no último sábado
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recebeu as explicações da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) sobre o caso de contaminação de urânio em um poço no município de Lagoa Real, no sudoeste da Bahia. O órgão ambiental, o único responsável pelo licenciamento de material radioativo no País, deve se posicionar em breve sobre o caso, que poderá resultar em multa à INB por omissão de informação. A INB foi imediatamente notificada pelo Ibama no último sábado, a partir de reportagem publicada pelo Estado. A estatal, que detém o monopólio de exploração do material radioativo no País, encontrou água contaminada com alto teor de urânio no poço de um sítio na zona rural de Lagoa Real, mas não informou ao Ibama, ao governo federal ou mesmo ao governo da Bahia. A primeira inspeção, realizada pela empresa em outubro de 2014, identificou uma quantidade do minério tóxico mais de quatro vezes acima do limite permitido para consumo humano. Nada disso, porém, foi comunicado aos órgãos responsáveis, tampouco à prefeitura do município. Uma segunda checagem foi feita pela INB em março deste ano, e a empresa voltou a encontrar índice de urânio mais de três vezes acima do permitido pelos órgãos de saúde. Novamente, porém, não houve comunicação sobre o caso. Os dois boletins só foram chegar à prefeitura de Lagoa Real no fim de maio, conforme revelou o Estado. Foi quando a gestão municipal tratou de ir até o proprietário do poço contaminado e comunicá-lo que este não deveria mais consumir aquela água. Ainda assim, nada chegou a ser informado aos governos federal e ao Estado da Bahia. Ao redor do sítio com o poço contaminado, dezenas de outras propriedades com poços exatamente iguais não foram alertadas sobre o problema e seguiram utilizando seus poços, regularmente. “Imediatamente após ser informado pela reportagem, o Ibama notificou a INB, a Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) e as autoridades de saúde competentes para que adotem as medidas necessárias de maneira que não haja risco para a população local”, declarou o Ibama, em nota.
Estadão

Nenhum comentário:

Postar um comentário