O balneário de Guarapari (ES), destino de milhares de turistas, principalmente mineiros, estima receber entre o Natal e o Carnaval mais de 1 milhão de visitantes. Ainda assim o prefeito Orly Gomes (DEM) confirmou nesta quinta-feira (18) sua intenção em "qualificar" o turismo na cidade e dificultar a entrada de turistas pobres com "menor" poder aquisitivo.
"Prefiro 100 mil turistas que gastam R$ 200 por dia do que 1 milhão gastando apenas R$ 40 por dia", afirmou ele, em uma entrevista à radio CBN Vitória. A intenção de Gomes é cobrar taxas de empresas de ônibus, limitação de pessoas em casas de veraneio e a cobrança de impostos para transformar a cidade veranista em uma região turística durante todo o ano. "Para sobrevivermos, precisamos de turistas que gerem renda."
As medidas, como justificou ele, são necessárias para atrair investimentos da iniciativa privada. Mas ainda não estarão em vigor no verão de 2015. "O turismo de uma maneira geral é feito pela iniciativa privada. Precisamos, portanto, favorecer um ambiente de ordem para que o investimento apareça", disse o prefeito, que alega que turistas que gastam menos de R$ 200 por dia na cidade não são capazes de fomentar restaurantes, bares e hotéis e ainda causam transtornos aos visitantes "qualificados".
"Precisamos de pessoas que venham com dinheiro para gastar e, assim, justificar os investimentos na cidade." Segundo ele, a maioria dos veranistas não gera receita para a cidade e acaba inclusive gerando gastos. "Tem turista que traz até botijão de gás e pacote de macarrão", relatou ele, que disse não ter medo de as novas ações afastarem os turistas da cidade.
Gomes afirma que o turista "qualificado" não pode ser prejudicado em função daquele que gera apenas excesso de lixo, aumento no consumo de água e estrangulamento no transporte público. "Não quero só turista rico. Quero turista que gere receita." (Com Estadão Conteúdo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário